Pelotas

Minha singela homenagem a Pelotas/RS, cidade ao qual depositei mais de mil sonhos e saudades.

Pelotas

Um TIC-TAC quebra o silêncio noturno,

E o vento canta açoitando os arrozais...

Pelotas parece crescer enquanto durmo,

Neste meu berço de cantos meridionais...

Aonde alma desce percorrendo as ruas,

Procurando vestígios de seu ancestral...

Assombrando a todos sobre a luz da lua,

Que reflete calada sobre o lago do laranjal...

A saudade tem aroma de pêssego, e esparrama,

No cangote da divina dama do extremo sul...

Acendendo no desejo, uma nova chama,

Que brilha no céu de infinito azul...

Mas é doce, é tão doce esse delírio,

Que vou cavalgar nos campos até Turuçu...

Mas se de trem, em Rio Grande eu desço no trilho,

Para voltar a Pelotas, pelos caminhos do sul...

E lá encontrar minha poesia em um olhar de poema,

Que brilha reticente, sem pedir nada em troca...

Entregando-se ao tempo, como as notas a cantilena,

Soadas das cordas, quando um violeiro toca...

Sei que lá, em breve estarei,

E sei que me sentirás, ao atravessar suas portas...

Com as malas expostas, dizendo cheguei,

Para respirar novamente o ar de Pelotas...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 08/03/2007
Código do texto: T405690