Pelotas
Minha singela homenagem a Pelotas/RS, cidade ao qual depositei mais de mil sonhos e saudades.
Pelotas
Um TIC-TAC quebra o silêncio noturno,
E o vento canta açoitando os arrozais...
Pelotas parece crescer enquanto durmo,
Neste meu berço de cantos meridionais...
Aonde alma desce percorrendo as ruas,
Procurando vestígios de seu ancestral...
Assombrando a todos sobre a luz da lua,
Que reflete calada sobre o lago do laranjal...
A saudade tem aroma de pêssego, e esparrama,
No cangote da divina dama do extremo sul...
Acendendo no desejo, uma nova chama,
Que brilha no céu de infinito azul...
Mas é doce, é tão doce esse delírio,
Que vou cavalgar nos campos até Turuçu...
Mas se de trem, em Rio Grande eu desço no trilho,
Para voltar a Pelotas, pelos caminhos do sul...
E lá encontrar minha poesia em um olhar de poema,
Que brilha reticente, sem pedir nada em troca...
Entregando-se ao tempo, como as notas a cantilena,
Soadas das cordas, quando um violeiro toca...
Sei que lá, em breve estarei,
E sei que me sentirás, ao atravessar suas portas...
Com as malas expostas, dizendo cheguei,
Para respirar novamente o ar de Pelotas...