UM HOMEM SIMPLES

Um comodozinho,
Na área comercial,
Da antiga cidade,
Um banquinho,
Uma mesinha de três pés,
Uma garrafa de café,
Presente nos ambientes mineiros,
Numa lenta velocidade,
A vida se desenrola,
No olhar singelo,
Do sapateiro,
Nas mãos calejadas,
No sobe e desce,
Do velho martelo,
O dia inteiro,
Pausa apenas para o almoço,
Cada coisa acontece,
Sem nenhum alvoroço,
No destino essencial,
De bater sola.
Quem passa pela marginal,
E dá uma olhada,
Para o estabelecimento,
Percebe lá dentro,
Que na alma do consertador,
Habita o amor,
Com etérea serenidade.