Eu nunca perdi ninguém tão próximo
Eu nunca perdi ninguém tão próximo
Eu que estando tão longe não pude dar adeus
Lembranças, lembranças é o que me resta
Suas histórias vívidas de amor
Minha Tia tão próxima, tão querida
Minha avó
Lembro eu tão pequenina
Chamava-a de vó
"Desculpa, tia, não sei porque te chamo de vó"
"Acho que na outra vida, era de fato sua vó".
Eu cresci admirando sua paciência
Sua devoção ao próximo e simplicidade de ser
Eu cresci grata por ela comigo ter
Minha Tia mais amada, tão alegre e
nem uma flor pude oferecer
Eu que tão longe
Nenhum um abraço de adeus pude dar
Meus olhos não conseguem acalmar
Lembranças e mais lembranças
Nelas para sempre irei te amar
Castro Alves - Duas Flores
"São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!"