SEMPRE TE VEJO

Sempre te vejo...
Pelas ruas dessa cidade;
Na correria do dia-a-dia,
Enfrentando a lida com sagacidade,
Fazendo do trágico o cômico, transformando tristeza em alegria.

Sempre te vejo...
Caminhando pelas marginais,
E às vezes fico a me perguntar;
O que será que se esconde por trás desse olhar?
Sonhos, amores,
Solidão, desamores,
Algumas dores...?
Saudades de um tempo que não volta mais?
Tempo perdido com algo que se pudesse,
Já estava jaz?

Sempre te vejo...
Por entre os carros, sombras, e os bancos da praça,
Você passa pela vida, ou é a vida que passa?
Não importa!
O que importa é abrir a porta e respirar,
O que importa é lidar com as intempéries,
Com experiência, resistência,
E por que não, um pouco de graça...?

Sempre te vejo...
Nas tardes de chuvas ou de sois,
De exílios ou anistia,
De iscas ou anzóis,
De noites que aguardam pelos dias.

Sempre te vejo...
Passo e repasso,
Apenas vejo, nada faço;
Mas, hoje não!
Hoje ultrapassarei os limites do ver;
Nessa data marcante, aproveitarei o ensejo,
E vou lhe dizer:
- É seu aniversário; receba o meu abraço.

(Para Julieta,incansável odontologista)