Sylvia Plath
Da poesia uma desculpa,
uma fuga da prosa,
uma vida e escrita cheia de limitações.
Do romance a realidade,
do diário a ficção,
das cartas as censuras.
Uma escrita em espiral
de incompatibilidade aos gêneros literários
sua crise de representação.
Limitação dentro da escrita
ou dentro de si?
Brincar de ser Lázaro ou de fênix?
No momento de bloqueio
a vida não se define nos escritos
e a linguagem não expressa a experiência singular.
Se aventurar na experiência limite da escrita e da vida?
A escrita é um remédio ou veneno?
Não importa.
O nada existe dentro de si,
um vazio que precisa ser preenchido
da constante busca pela morte.
Da convivência com a linguagem
sua busca de si
traz um duplo perfeito e convidativo.
Manipuladora e controladora
das experiências da vida
com loucura e tortura em completa lucidez.
Do desejo pulsante da construção de si
de um amor avassalador e eterno pela literatura
liberta-se da redoma de vidro.
Das tentativas dos amores da vida
dos rascunhos da escrita
caminha pelas águas de Ariel.
Entre o pânico e o sonho,
uma obra confessional e melancólica emerge
pinceladas em gotas de sangue
nos contos reais de sua sobrevivência.