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Àqueles que já partiram...

 
É a noite das almas
Ainda tem estrelas, assovios de vento
Galhos com folhagens, em sombras destacadas
Com braços estendidos, abraços perdidos
Faces nunca esquecidas...
 
É a noite das almas
Sem contornos e desenhos
Chorosas, solitárias
Saudosas, ainda amadas
Sem ainda amam, será não sentem nada...?
Buscando na mesma estrada
O elo que foi perdido
Em portas de moradas
procuram antigos afetos,
olhando para o infinito
Que mesmo noutra esfera
Será ainda tão bonito...?
Sem toques, sem falas, sem gestos
Movimentos incompletos perdidos no vão
Vazio do invisível...

Será visto por lá o dia e a noite?
Se há flores, terão ainda perfume?
O chão terá cor, terra e capim?
Será possível sorrir a pele da boca?
No palato ainda salivará um sabor?
 
Vívido meu corpo quente
Respira ainda o pó do chão
Já caiu mil vezes em solo quente
Renegando a voz da razão
Fugindo da mesa farta do viver
Preferindo comer lama
Dormindo em fria cama...
 
Toco-me agora
Decido me conhecer
desenho todos os sentidos
Na esperança de lembrar-me
Quando para o outro lado
um dia tiver partido.
 
Que as almas eternizem
Em suas lembranças
Todos os momentos por aqui
Vividos.


 
(Ao meu querido irmão Manoel José, que sempre se fará presente em minhas lembranças... a ele meu amor e carinho sempre!)
 



 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 01/11/2012
Código do texto: T3963687
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