A imagem rosa do Petiz
Com o choro, se eu chorar fortemente na noite
Mil amores que perdem, fico triste... E a dor!
Há mais paixões carnais e nuas em açoite
Agora, inda ela não me ama mais... Sem amor.
Sinto-me o coração por outras, como o moço
Sou sensual, ardente e amável, ai que alcova!
Sobre os nossos prazeres, que eu as quero e posso
Isso me satisfazem. A carne é tão nova.
Amo-a, porque os desejos nos arfam e estendem
Pelo que só se uniram, dentro do meu peito;
Hei de beijá-la a chama, e os corpos sempre entendem
Aos meus vinte e dois anos, alma e doce jeito.
Esse espelho, mas lágrimas... Eis que a tristeza!
Quero ser teu esposo, enquanto a vida existe
A mulher, que me vê tanta luz da beleza,
Ó rosto da volúpia! Sim, em que sentiste!
- Sonho-te a amante impura, às vezes quente e casta
Ouço as tuas palavras do impudor. Que queres!?
Tu és meu anjo amado, a esposa linda e vasta
Do vidro que explodiu? Do medo em não me veres?
Transformou-se a pintura rosa, bela e lúcida
Olho o pintor famoso, pintando, a vaidade
Langoroso e valente, a ti que seja fúlgida
Que saudade da moça! Disse-me a verdade!
Autor: Lucas Munhoz (Poeta rapaz) - 31/10/2012