ANÁLIA
Anália se foi! Fui ao seu velório!
Havia dor! Havia choro! Havia cantar!
A saudade ficou, mas a esperança sem par
Havia nos corações de seus parentes,
Que em um soluçar lânguido,
Pude sentir a certeza em seus corações
De que um dia, não mui distante, novas emoções
Eles sentiriam ao vê-la ressuscitar, brevemente!
No caixão, o seu rosto, ainda que amarelado
Expressava um sono tranquilo: um cochilar.
Desses que acordamos com um mais leve tocar
De alguém que chega meio que sem querer
E nos olha e deduz: está a enganar-me!
E por isso pensa: não o deixarei dormir,
Precisas a aprender, antes de tudo, a fingir.
E insiste: levanta-te! Levanta-te! Não me fazes sofrer...
Do cemitério a morte imperava!
Um sentimento gélido, agonizante
Apertava-me o peito naquele instante.
Via o meu fim. Mas do lado de fora existia
A vida; as pessoas caminhavam como se
Não existisse a morte. Parecia um outro mundo
Repleto de luz, cores e prazeres profundos.
Foi ,então, que a esperança em mim ressurgia.