Poe - Rei do horror
Numa noite amargurada
em que encharcava-me com meu pranto
lembrei-me de tua figura
sempre tão soturna...
e o acariciar de meu bichano
trouxe-me um devaneio
Oh, eu era o gato preto!
Sobre tal conto, logo parei de devanear
quando vi um vulto negro
dos raios desviar.
Seria o corvo nunca mais
que vieste me buscar?
Ah, tempestade ensurdecedora
por que fazes assaz barulho?
seria para lembrar do silencio amaldiçoado?
Onde já se viu mente tão ignominiosa...
quero logo ser mesmerizada,
mas cade ti para o fazer, hein, querido Edgar?
Ah meu amado
espero que esteja a definhar em paz
e que sua alma agora ria
das tristezas da vida infame de outrora,
oh, Edgar Allan Poe!