Poe - Rei do horror

Numa noite amargurada

em que encharcava-me com meu pranto

lembrei-me de tua figura

sempre tão soturna...

e o acariciar de meu bichano

trouxe-me um devaneio

Oh, eu era o gato preto!

Sobre tal conto, logo parei de devanear

quando vi um vulto negro

dos raios desviar.

Seria o corvo nunca mais

que vieste me buscar?

Ah, tempestade ensurdecedora

por que fazes assaz barulho?

seria para lembrar do silencio amaldiçoado?

Onde já se viu mente tão ignominiosa...

quero logo ser mesmerizada,

mas cade ti para o fazer, hein, querido Edgar?

Ah meu amado

espero que esteja a definhar em paz

e que sua alma agora ria

das tristezas da vida infame de outrora,

oh, Edgar Allan Poe!

Larissa Segantini Negrão
Enviado por Larissa Segantini Negrão em 23/10/2012
Código do texto: T3948061
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