Zé du matu

Agora sim, vou falar pra vossa mercê:
O que eu gosta, na realidadi, é a tal da literatura,
Simples e pura.

Meus versus são como o do Zé,
Abestado, mas com simplicidadi,
Qui tradus imortalidadi.

O qui vali iscrever certinho?
Sem emoção,
Dentro da norma curta,
Endoidada pelus grámaticus .

Ela qui mi mata de tanta regra di nada.
Gramática prá que?
Si ninguém gosta da marvada,
Curpada, às vez, de não gostar du purtuguês!

Ainda bem que tem os poemas dos Zés ninguém,
Prá genti ficar maravilhadu de tanta beleza
Nu matu da estranheza, dos cabôcos,
Disconhecidos dos marvadus.

Quem sabi qui os gramáticus
Senti uma istranheza
Vão mesmo cortar matu,
Prá vê como si fais os poemas feitos di beleza.


Robson Gomes Barbosa
Enviado por Robson Gomes Barbosa em 11/10/2012
Reeditado em 16/10/2012
Código do texto: T3927977
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.