AOS POETAS

Nas veias do poeta inspirado

corre vinho e veneno,

raios de sol, água pura,

mistérios do oceano,

ternura, sonhos dourados,

olhar puro e leviano,

ele verseja num tom

e diz que não quer, querendo

Devanear, bem sabemos,

é próprio de quem poema,

é obra de garimpeiro,

de escultor com cinzel,

de escritor tarimbado

que viu Torre de Babel,

de Pierrot apaixonado,

do casal Páris e Helena

Mas só ao poeta é dado

admirar o orvalho,

namorar o brilho da lua,

ouvir atento as estrelas

conhecer muitas mulheres

e a um só tempo quere-las

Sempre alheio ao que o cerca,

é eterno sonhador

enfrenta de perto a morte,

não tem medo da dor

se mil vidas ele tivesse

gostaria de vivê-las

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 02/09/2012
Código do texto: T3862429
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