Ode ao Tempo

Canto ao sábio, à sabedoria

Conhecimento feito presente

À liberdade de efeito cogente

Passividade em plena histeria.

Rogo ao corpo de fibra mundana

Ossos no âmago de força serena

Língua ferrenha de lábia amena

Por natureza da alma humana.

Penso na musa, na delicadeza

Bela em sonhos e realidade

Doce em atos, humor e idade

Permeia meu ser em plena certeza.

A cada palavra eu agradeço

Signo a signo em cadência finita

Cujas ideias em pressa aflita

Perdem a trilha quando adormeço.

Verbo do oásis de farta miragem

Palmeiras ao vento com água abundante

Que em tempestade de areia constante

Ainda assim não escondem a mensagem.

Tempo-raiz, afixa e dá frutos

À beira do rio de boas lembranças

Une idoso, adulto e criança

Em vida e morte, alegria e luto.

Chega o momento ao precavido

Constante mudança em ato e postura

Aprende a lição, ainda que dura:

Tempo enganado é tempo perdido.

Alberto Busquets
Enviado por Alberto Busquets em 24/08/2012
Código do texto: T3847857
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