Ode ao Tempo
Canto ao sábio, à sabedoria
Conhecimento feito presente
À liberdade de efeito cogente
Passividade em plena histeria.
Rogo ao corpo de fibra mundana
Ossos no âmago de força serena
Língua ferrenha de lábia amena
Por natureza da alma humana.
Penso na musa, na delicadeza
Bela em sonhos e realidade
Doce em atos, humor e idade
Permeia meu ser em plena certeza.
A cada palavra eu agradeço
Signo a signo em cadência finita
Cujas ideias em pressa aflita
Perdem a trilha quando adormeço.
Verbo do oásis de farta miragem
Palmeiras ao vento com água abundante
Que em tempestade de areia constante
Ainda assim não escondem a mensagem.
Tempo-raiz, afixa e dá frutos
À beira do rio de boas lembranças
Une idoso, adulto e criança
Em vida e morte, alegria e luto.
Chega o momento ao precavido
Constante mudança em ato e postura
Aprende a lição, ainda que dura:
Tempo enganado é tempo perdido.