Perestroika e Glasnost

Me sinto só, tendo um lado da cama vazio

Abro os olhos de noite, eu sinto frio

Rabisco algumas palavras quando penso em ti

Intuítivamente escrevo algumas preces, não sei bem o porquê

Ando por ai rindo sozinho, mas pensando em você.

Eu, sempre tão convicto da minha visão.

Um escravo da razão,

Grande parte das vezes, pra mim, agi visando meu prazer

Estava viciado nesse meu caricato modo de ser

Não haviam motivos para me doar

Imaginei, que ao contrário de outros, nasci par

Apareceu minha doce maria, uma figura de um passado presente

Baqueado segui nesse caminho, poeta amedrontado de coração ferido

Enxerguei em você a razão de minha sina

Revejo o nosso passado, com carinho fraternal

Tentando hoje não cair em erro trivial

Obedeço fielmente o meu coração, seguindo esse caminho novo

Loucura e paixão!

Doce encanto esse, um teatro infinito! E hoje sou vivo, agora eu sinto

Imigrei por ai em corações maltratados e hoje me vejo em seu braços

Minguado antes, brilhante hoje.

Interligo os pontos...isso nunca foi tão claro!

Neguei toda vida a sobreposição da emoção à razão

Gravei em mim esse estigma da desilusão

Oponentes latentes esses: o amor e cético frustrado

Tendi então a me render a sua doce ternura

Teus abraços passaram por essa minha casca dura

Inerte sigo no badalar dessa nossa canção