PEQUENA AFRODITE

E o que posso dizer a ti deusa da beleza.

Uma vez que neste mundo teus encantos são físicos.

Talvez se a mim foste provido por um instante a sabedoria de um Deus, veria tua essência.

Mas para mim nada se faz incompleto, e as formas não se ocultam.

Tua simetria é a causa de minha inquietação;

Tua serenidade no semblante é o prenuncio de minha abnegação.

Em face de teu riso prostro-me ao deleite de teu ser maior; da beleza inenarrável por sua delicadeza sui-generis.

O breve olhar que me dispõe é o lampejo que o crepúsculo não tardará e nosso ser revelar-se-á ao nosso querer.

Refuto o pedido dos deuses.

Nada posso contra os sóis que brilham em tua face, que me libertam e me desperta da clausura do gigante iceberg.

Não posso me privar da ilusão de te lá visto por aqui, deram a mim a condição, e quero servi-la com o mais nobre querer.

Talvez agora me falte à sabedoria de um Deus, mas a alma que fora conquistada no primórdio, tem o maior amor, e a ti irei oferecer.

Inverno ano 28.

Danilo Barros
Enviado por Danilo Barros em 31/07/2012
Código do texto: T3806098
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