A despedia que o tempo impõe
O tempo passou rápido, tanto que eu nem senti
Afinal, a minha cabeça estava ocupada demais para permitir-me enxergar
Mas diante de todos que me olham por uma última vez, talvez
Bato no meu peito com orgulho por ter sido eu mesma
Ainda que houvesse um descontrole por parte dos meus impulsos
Nenhum arrependimento paira sobre mim
Desde o principio, tudo se caminhava por um sentido torto
Os sorrisos que despejava tornaram-se brados de um guerreiro solitário
Deparei-me com situações onde superei as minhas inseguranças
Percorri o trajeto proposto com outros corações igualmente livres
Cada temperamento adverso, cada defeito exposto e julgado
E ao fim, vemos o papel que representamos
E na linha tênue por onde a vida derrama a sua magia
Um legado estabeleceu-se no silêncio dos meus dias afobados
Oh, como fora difícil seguir essa estrada estreita e banhada de pedras
Como fora cansativo ouvir e revidar certas descortesias
Como fora inevitável deixar se levar pelo desanimo
E pela benção ou maldição, a minha teimosia levou-me ao fim
Os meus pés progrediram mesmo que o corpo e a mente mostrassem fraqueza
Dando-me a honra de estender os braços e gritar aos quatros ventos:
“Covarde é aquele que desiste antes mesmo de haver um real obstáculo, e eu não fui covarde”.