A despedia que o tempo impõe

O tempo passou rápido, tanto que eu nem senti

Afinal, a minha cabeça estava ocupada demais para permitir-me enxergar

Mas diante de todos que me olham por uma última vez, talvez

Bato no meu peito com orgulho por ter sido eu mesma

Ainda que houvesse um descontrole por parte dos meus impulsos

Nenhum arrependimento paira sobre mim

Desde o principio, tudo se caminhava por um sentido torto

Os sorrisos que despejava tornaram-se brados de um guerreiro solitário

Deparei-me com situações onde superei as minhas inseguranças

Percorri o trajeto proposto com outros corações igualmente livres

Cada temperamento adverso, cada defeito exposto e julgado

E ao fim, vemos o papel que representamos

E na linha tênue por onde a vida derrama a sua magia

Um legado estabeleceu-se no silêncio dos meus dias afobados

Oh, como fora difícil seguir essa estrada estreita e banhada de pedras

Como fora cansativo ouvir e revidar certas descortesias

Como fora inevitável deixar se levar pelo desanimo

E pela benção ou maldição, a minha teimosia levou-me ao fim

Os meus pés progrediram mesmo que o corpo e a mente mostrassem fraqueza

Dando-me a honra de estender os braços e gritar aos quatros ventos:

“Covarde é aquele que desiste antes mesmo de haver um real obstáculo, e eu não fui covarde”.

Dandara Marques
Enviado por Dandara Marques em 01/07/2012
Reeditado em 01/07/2016
Código do texto: T3755185
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