Para Vladimir
Uma vez,
a mão de olhos azuis
cobriu o amarelo-davi
doutro Gueto de Varsóvia.
E era o azul
das mãos de *Portinari,
que cobria a insânia
e a infâmia.
Mas as horas efêmeras
que passam pela Terra
esmaecem a liberdade.
E o negro horror
aciona constantes gatilhos
sobre as faces torturadas
de meninos guerreiros.
E tão pouco bastaria
para que a miséria
do Mundo fosse apagada.
Tão pouco, tiranos...
Apenas o vosso fim.
Para Vladimir Herzog.
Inspirado no poema "A Mão" de Carlos Drummond de Andrade.