Ode ao Poeta de Marte
Eu já estive em teus braços,
senti tua lingua poética buscando
rimas no meu corpo numa dedicação
ferrenha.
Não posso aceitar o que a lógica cruel me afirma:
a tua imagem ser arte que a minha imaginação desenha.
Eu admito! Nosso amor todo mortal
faz rascunhos e acredita ser poema.
Nosso sentimento inigualável, o resto era resenha.
Eu já estive em Marte
e tenho firme essa lembrança:
-não há como me enganar
toda parte éramos dois,
tínhamos o tempo como aliado
usávamos cada segundo para amar
e as minúcias ficavam pra depois.
Eu tua musa apaixonada,
tu -poeta- em meus lábios
beijos entre palavras
intercaladas declamava.
E por toda cratera corriam rumores
e toda boca por inveja do nosso amor
falava.
Vem amor, que hoje tudo é apenas nostalgia.
Tenho olhos fixos no teu rosto,
em minhas mãos, preso na fotografia.
Agora sou toda espera
e vivo sempre em contraste.
Meu endereço é mesmo a Terra,
meu poeta vem de Marte!