Ode ao Poeta de Marte

Eu já estive em teus braços,

senti tua lingua poética buscando

rimas no meu corpo numa dedicação

ferrenha.

Não posso aceitar o que a lógica cruel me afirma:

a tua imagem ser arte que a minha imaginação desenha.

Eu admito! Nosso amor todo mortal

faz rascunhos e acredita ser poema.

Nosso sentimento inigualável, o resto era resenha.

Eu já estive em Marte

e tenho firme essa lembrança:

-não há como me enganar

toda parte éramos dois,

tínhamos o tempo como aliado

usávamos cada segundo para amar

e as minúcias ficavam pra depois.

Eu tua musa apaixonada,

tu -poeta- em meus lábios

beijos entre palavras

intercaladas declamava.

E por toda cratera corriam rumores

e toda boca por inveja do nosso amor

falava.

Vem amor, que hoje tudo é apenas nostalgia.

Tenho olhos fixos no teu rosto,

em minhas mãos, preso na fotografia.

Agora sou toda espera

e vivo sempre em contraste.

Meu endereço é mesmo a Terra,

meu poeta vem de Marte!

Anna Lima
Enviado por Anna Lima em 27/06/2012
Código do texto: T3748609
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