Doce Fellini

Desenha em preto e branco,

mestre Fellini, a vida

que se queria bela,

no ingênuo tempo de ser

crer na "dolce vita".

Luz, sombra, luz

no enigma de um Cristo

que voa sobre Roma

a caminho do Deus-Papa

que nunca se mostra.

Luz, sombra, luz

de risos burgueses

dos ricos burgueses

em festas insólitas,

em coxas desnudas

e em bocas carnudas

dos sexos sugeridos

entre todos os gemidos.

Luzes de seduções,

sombras de rejeições

e o desespero dos indesejados

nas camas obrigatórias

das vidas vazias

de rasas trajetórias.

Homenagem pouca ao gênio de Fellini.