Em minhas mãos

Acaricio a capa de meu livro

imaginando você...

se assim pudesse ser

e, o tivesse em minhas mãos,

sob o domínio

de meu coração;

Procuraria nele,

primeiramente a sua razão,

deteria-me em cada frase

analisando a sua vida,

cada página tão bem distribuída,

verificaria a data de edição...

Faria religiosamente sua leitura

buscando as entrelinhas

do autor,

não deixaria nada por ler

seria incessante na procura...

Faria meu julgamento

revendo cada elemento

e, em certos momentos

anteciparia o fim

para não ficar na tortura

de que não falasse em mim

Por mais simples que fosse

teria em cada frase

aquele seu jeito doce

e mais uma vez me encantaria

pois, tudo o que diz

é sempre quase-poesia...

Mas não saberia dizer

qual livro seria, exatamente

para isso não atino

pois, poderia ser um manual

onde contivesse boas maneiras

ou, até a Bíblia...

por seu jeito, que é divino!

Se você fosse um livro,

seria o mais vendido

a edição esgotaria

e, se todos procurassem

se, de fato acontecesse,

eu o republicaria

sem nada mudar;

Jamais iria para a prateleira

ficaria em minha cabeceira

eu não o poderia, de mim separar...

iria ler e reler para trazer calma

e, ainda que me fizesse chorar,

teria nele a sua alma

que eu conheço inteira...