À MINHA MÃEZINHA
"A bondade choremos inocente,
Cortada em flor que, pela mão da morte,
Nos foi arrebatada dentre a gente".
(Camões)
Madrugada de Cinco de Setembro,
A minha mãe eu vi em agonia
Partindo. Junto a mim se despedia
E em intensa agonia foi morrendo.
Senti no seu alento derradeiro,
Que seu pai, meu avô, veio buscá-la;
Ao Grande Paraíso foi levá-la,
No fúnebre momento passageiro.
Do teu semblante o encanto, a alma carrega,
Na hora da despedida tão sentida!
Fiquei sem teu consolo, ó Mãe querida!
Uma grande tristeza o peito encerra.
Por decreto da Morte, adormeceu!
Minha Mãezinha jaz na terra agora!
Contigo, ó Noite para sempre mora
Quem teve desenganos e sofreu!