Paraplégica

A moça

das pernas mortas,

afasta a tristeza

sem viço

e passa por chão

tão ouriço.

O homem tenta

um assunto,

mas o intuito

não faz um conjunto.

Divaga a moça

das pernas mortas,

outras veredas retortas.

A si só lhe importa

o que há atrás

de sua porta.

Afaga a barriga, abrigo

doutro tanto de vida

que à Vida dará

e sonha Sonhos,

que sabe risonhos.

Às mães.