Canto l

(A Fátima Barros)

Ao ver-te arfar a névoa das vagas

E os cílios da noite, esmorecer

A aurora rompendo o amanhecer

Dando-lhe o gozo, no fluir das plagas!

Da luz que acende o deslumbrar

Tuas fartas milhas cores diluídas,

Serenando teus aromas fluídos,

Restar-me-á tua voz, a me ofegar!

Teus gestos são laços de brilhantes,

Astros, do eterno firmamento;

Anjos do céu e do pensamento,

Beijando o elo dos diamantes!...

Tão calmo e sombrio és o rio

Que escutas o teu silêncio conter,

Os langores de minh’alma padecer

Ao mesmo orvalho que some no frio!

Não te esqueças que és diamante!

A mais ditosa e terna estrela,

Que um dia me quis, fui vê-la,

Que sonhamos, e fui teu amante!...

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 09/05/2012
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