Emilie
Foi nos canais de Veneza,
Que então eu lhe vi,
A face rubra de beleza
Não era ti Emilie?
Que em lábios rosados,
Suava em tanto calor,
Na volúpia tão molhados
Lembra de mim amor?
Eu fui apenas à imagem,
De uma honra que servi,
Do olhar uma miragem,
Não foi isso Emilie?
Nestas noites relembro
Da visão de tua luz,
Lúcido enfim me lembro
Do olhar que te pus!
Que doce sonhar fizera
D’um dia que eu vivi,
Tornar-te-ia tão bela
Crê em mim Emilie?
Deixe que a viola,
Arpeje só um canto,
Vinde a mim senhora
Pois sou tão santo!
Meu anjo não cores,
O pejo que lhe parti
Por teu amor chores
Como te amei Emilie!