SANTA LOLÓ
Para Georgina de Jesus, minha Loló, que tanto me deu, mas que não pude, sequer, acompanhar à sua última morada!...
In memoriam
Eu bem me lembro quando criança
das tuas rezas, tuas histórias...
Tu me embalavas e sempre atenta
aos meus chamados tu sempre estavas...
Os banhos mornos, a cruz de cinzas
que desenhavas em minha testa,
os bons costumes que me ensinavas...
Perdias noites à luz de velas,
tão pequenina, como eras forte...
Ao ir dos anos a tua pele se encolhia
e a mocidade de ti fugia, mas não mudavas...
Tuas ações, por toda a vida
tu te portavas como uma santa
e aquele dia, como acenavas quando eu partia...
Vim pela estrada pensando em ti,
nos teus cabelos longos e negros,
e via os meus fios de algodão...
Uma tristeza me acompanhava
e todo o tempo meu pensamento te dedicava...
Andava lento pela estrada com a tua imagem
que acenava... E o teu sorriso, como forçavas...