Pessoa, Pessoando
No balcão estava um poeta sério e compenetrado,
Estava lendo, enquanto tomava o seu café com chantilly,
Ao seu lado estava o seu antigo editor, fascinado,
Por causa dos bons comentários que saíram no jornal.
Estava lá, Pessoa, pessoando, meditando, também extasiado,
Porém, discreto, calado, como sempre foi em toda a sua vida,
Enquanto que o mundo descobria os seus versos, impressionado,
O poeta preocupava-se apenas em voltar pra sua máquina de escrever,
E elaborar mais uma poesia que mudaria a visão de um mundo esgotado.