Poema da Estação ( Homenagem ao amigo Marcos Ferraz)
O som que ao longe se ouve,
Peculiar, sonorizante, ebriante
Que canção tocas agora?
Tenho pressa, preciso ir embora
Minhas pernas me empurram
Fujo em outra direção
Os dedos bailarinos de alguém surte seus venenos
Embriaga a alma, toma a emoção
Chego perto, sorrateiro,
Como poeta minh’alma se enche de ternura
Cada nota é uma composição em si
Cada estrofe é uma canção tão pura
Sou eu, poeta e escritor,
Sou eu, inebriado de nostalgia
Sou eu que me deixo levar pelos toques
Sou aquele que sorve a poesia
O pianista em sua causalidade
Transforma em ritmo a própria taquicardia
Faz com os dedos o que faria eu, nas canetas
Riscando trovas e poesias
Somos cada qual dono de uma arte
Cada um tem um dom em si
Reunimos em trovas e notas singelas
Aquarelas – Estação Tamanduateí