SONETO PARA SÉRGIO PANDOLFO
Jorge TuficDa Ribeirinha aos cantos da conquista,
de Camões a Pessoa e deste a nós,
o português geofônico e a sós
se expande além do mar e além da vista.
Caravelas de luar, sol de ametista,
nele outras línguas antes dele e após
fazem seu néctar: músicas da voz
sobra enfim do massacre indigenista.
Delícia azul, velejo ultramarino,
marca-lhe os sons o ferro da saudade,
prisão do afeto náutico e salino.
Para tanto sofrer, tão grande fama.
Morre num catre o gênio dessa Idade.
Por todo o orbe seu clarão derrama.
Nota: este soneto, de rara beleza e significação, é de autoria de um dos poetas de primeira grandeza do firmamento poético nacional, Jorge Tufic, que possui uma vasta e qualificada obra perenizada em vários livros que já publicou. Amigo de verso e de verbo há já um tempo, por nímia fidalguia e distinção dedicou ao titular deste espaço a poesia acima, sabedor de nosso especial interesse por coisas ligadas à aventura colossal dos descobrimentos e da magia da língua que nos foi legada por esses homens do mar. Ao Jorge Tufic deixamos aqui registrado nosso mais comovido e reconhecido agradecimento pelo espontâneo e fidalgo gesto. Sérgio Pandolfo.