Ah! Cuiabá... (07-04-10)


 
Quantos de nós seguramos tuas mãos Cuiabá
Com tua graça e teu charme secular nos fez ficar
De tão longínquas terras regaremos teu passado
E abrilhantaremos o revés de teu presente faceiro
Que neste berço acolhedor cinge a pureza de Calcutá
E tuas mulatas faceiras, seus vestidos a girar
Ao romantismo do cocho que bate ao som do luar
 
É um som profundo que invade permeando o peito
Logra aos pés, entorpecendo o ser, de braços abertos
Sei lá! É difícil descrever... o afago acarinha aquele
Que palpita serelepe pelas avenidas do Coxipó
Sob o constante olhar de São Benedito, lá do alto
Viu esta vila ceder espaço a nossa capital, fino eito
Banhado pelo teu rio de lágrimas, que jamais será pó
 
E mais uma vez o oito de abril lá do século dezoito
É lembrado por nós que amanhecemos e repousamos
Em teu colo... fruto da ingratidão... mesmo assim aprendi
A te admirar Cuiabá.
 
Lá de baixo vem a dor que arrebata parte do meu ser
E é esta parte que cabe a ti, sinto agora, aqui nasci
Ao som do siriri, ao sabor do pequi, não importa, somos
Todos teus mãe amada, sou particularmente
Parte dessa história secular.
 
Duzentos e noventa e um anos, que alegria!
Forte e alta como um frondoso jequitibá
Este é o alto preço que pago por essas declarações
Que queira Deus não gere ciúmes e exaltações
Mas é o preço que vale, de toda galhardia
Por te amar Cuiabá...


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