Autismo (2 de abril)

Que dói, sem ter a saúde; pelos fatalismos

Eras o lado triste, a vida que é tão vaga...

Agora, o ser autista que ninguém apaga

Do fel, eis o perigo sem ter os cinismos.

Que cuides, a cevar a saúde dos autores;

Cuidas, amas e assomas a vida sem luto!

Que fazes, eis o lado saudável sem fruto!

Que tal forma bondosa, pelos escritores.

Dá-me o doce regaço, e que sentes o amor;

Espalha, e os meus amigos que são tão bondosos

Com que os pacientes voltem a ser bem ditosos,

De viver, sem pudor e com jovem autor.

Sou, mas o autor maduro e genial, sem erro

Do meu viver a dor rigorosa e fatal;

O moço da surdez, o menino vital,

És o autismo, mas segues o peito do ferro!

Do que choraste o vulto social e amável;

Dói-me, sem abrigar a fé, que eu já respondo

Pelos nossos viveres, assim não me escondo

Da dor ao coração do passado adorável.

Sem vida, sem carinho, mas pelos tormentos!

O lúgubre perigo, mas já me matavas

Ó bardo do hospital! Ó paciente das lavas!

Ninguém pode feri-los, os meus sentimentos!

Autor: Lucas Munhoz - 01/04/2012

Lucas Munhoz (Poeta clássico)
Enviado por Lucas Munhoz (Poeta clássico) em 01/04/2012
Reeditado em 01/04/2012
Código do texto: T3589320