O ESPELHO

E nessa ânsia, após viagens interplanetárias,

numa trajetória vertiginosa por galáxias desconhecidas

onde espaço e tempo se confundem,

consigo chegar e te encontrar, mas deparo-me com uma dimensão nunca dantes experimentada.

Numa forma inusitada de te ver,

como diante de um espelho onde não me vês, consigo tocá-la, desejá-la, acaricia-la, beijá-la, mas a sua indiferença natural por não me saberes

ou por sequer lembrares-se de mim, me destrói e alucina.

E como um louco, procuro formas de torna-lo um portal

onde essa parede de vidro seja plasmática, permeável,

onde adentrando-o enfim, possa abraça-la, possuí-la,

num momento grandioso, belo e infinito.

03/12