Sofia
Lembro-me bem de ti, das notas saudosas,
De teu sorriso como a santa sinfonia,
Das noites em claro, das serestas ruidosas,
No sonhar recorde-me de ti Sofia!
E quando dos teus olhos a luz se abrandava,
Como o farol que a nau alumia,
Em vaga lembrança, a tua lágrima me molhava,
Quantas noites tu choraste Sofia?
No entanto, do pranto se fez a pequena flor,
Que levas ao peito em alegria,
A iluminar-te a tua fronte no lívido palor,
E a chamar-te de bela Sofia!...
E como a escuna bravia na doce bonança,
Haverás em ventura ter a alegria,
No alvor do teu olhar em terna esperança,
Volverás a embriagar-te Sofia!