Homenagem ao dia internacional da mulher.
Nós Mulheres com "m" maiúsculo não somos fáceis de sermos diistinguidas. Não nos adequamos a um único gênero, número ou grau, depois da descontrução e do grito feminino, estamos sendo modeladas cada uma com nossas próprias mãos.
Desistimos apenas, de contar quantas mulheres há em nós, pois vamos trocando de atitudes da mesma maneira que mudamos três ou quatro vezes de roupa por dia. Perseveramos nas tentativas de mudanças.
Somos filhas, esposas, mães e avós, simultaneamente com a profissão que escolhemos. Mas sempre temos o sorriso, o batom, o perfume e a caneta para agendar um eventual compromisso com a vida. Nem sabemos onde cabe tanta gente dentro de uma só pessoa.
Muitas vezes a própria famíla desconfia, não compreendem essa voltagem que existe em nós, noutras vezes a única pessoa que nos ouve e cuida é a manicure com dupla jornada de psicóloga.
A frase "Não tenho tempo" não existe no nosso dicionário, hoje primamos pelos momentos roubados do relógio que já nem orna mais o nosso pulso. Se a usamos é apenas casualmente para não parecermos diferentes ao extremo.
Enquanto o corpo trabalha, incansável, a mente vai viajando gratuitamente, compondo mil e um planos que ficam esperando nos cadernos espalhados no carro, na sala de aula, no notebook do no quarto... Não se sabe quando a inspiração chega, se não a escrevemos, simplesmente ela vai embora em busca de outra Mulher atenta. Não perdemos o nosso tempo.
Do passado, sabemos da submissão da mulher pelos livros de época, certamente muitas de nós que escrevemos, estariamos condenadas.
Hoje já nao aceitamos a palavra "não", a trocamos pela frase "por que não?" e os homens ficam apavorados sem a tal explicação.
Agimos então naturalmente nesse momento de transição, pois é nossa tarefa ganhar espaço na sociedade para compensar o tempo que nós Mulheres ficamos assistindo as coisas acontecerem.
Muitas vezes desejamos ter nascido homem, para ter privilégios que todas nós sabemos bem inumerar, mas na verdade nós também não vivemos sem os amigos, namorados, maridos... também eles estão procurando seu lugar no contexto atual.
Noutras vezes, na maioria aliás, gostamos de ser nós mesmas, Mulheres que damos a luz a um outro ser que acreditamos vir a mudar o mundo.
Atualmente as únicas coisas das quais ainda somos dependentes são do carro, do par de óculos e dos livros que nos abrem a mente. Dependência alías, imprescindível para nossa sobrevivência.
Railda
Enviado por Railda em 08/03/2012
Reeditado em 13/10/2016
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