A DOR DE UM AMIGO por Fernando da Silva

Não havia mais hora, mais gana mais nada,

das vozes que viriam.

Dias felizes, calados agora.

Um vazio locomovendo-se no ar, no cansaço do teu rosto.

A dor, milhares de vezes infinita,

constrita ao teu lamento pessoal.

Ah! Meu bom amigo,

tivestes o sorriso calado.

Ainda cheira a vida este lugar

estas roupas, bem sei.

Há presença nesta solidão.

Não se finda a alma com um sopro de despedida.

A morte para o tempo é jargão e,

para a eternidade ainda é vida.

O pranto não repouse sobre teu destino.

Há entre vós um breve aceno do tempo.

Felizes os presentes no amar

navegando às profundezas de dentro.

Aceno de perto e com zelo.

Vão-se as palavras voam os versos.

Acalenta tua dor num breve sono,

num dia tranquilo, de chuva, no inverno.

A contento do amor que se eleva,

a brisa na trilha sobrepuja o temor.

A vida, águas a arrebentar-se na força da pedra.

Teu destino, um sorriso.

Felicidade a desprezar a dor.

Fernando L. Da Silva

Fernando é uma desta pessoas que tem corpo de homem, cara de menino, alma de anjo que encanta as pessoas pela sua bondade, humildade e talento. (Ah! se todos os seres humanos tivessem um pouquinho disto, eu estou aprendendo).

Além de ser um menino (sim, pra todos os seres humanos são eternos Meninos e Meninas, chamava minha avó de menina quando ela já tinha 97 anos), talentoso ainda sofre com a dor dos amigos, e por conhecer e ter tido contato com Soninha escreveu este poema que a mim ofereceu numa bandeja de ouro. Isto é privilégio de poucos. Por isto eu resolvi publicar seu texto em minha página, como forma de agradecimento...

Muito obrigado querido amigo

Com carinho eternos de Mário Feijó e Soninha Rostro.

Fernando L. Da Silva
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 07/03/2012
Código do texto: T3540712
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