Moratória...

Sentado na poltrona rota,

Esmaecida,

Pela força das intempéries

Defragadas pela luz

Dançarina ao passar pela janela,

Acariciada por suas mãos

Gordurosas, sujas pela aspereza

Da vida laboriosa passada ao conduzir

O trabalho na terra.

Sempre gostou de ler...

Um sopro de vida, o abate

Como o faisão no seu último vôo,

Morre com a bala transfixada no peito.

Palavras incandescentes

Fosforizam seus neurônios.

Ela sabe...

Fluir o rio das dúvidas

No leitor emburrecido pela mídia

Comparsa do mal que afeta

A todos; robotização!

Lispector mostra um sopro de vida

Mesmo, depois de morta!