À Mulher
Devora-me sucessivamente
Embriaga-me com tua presença
Lança-me na escuridão dos teus dias
E me aparas em teus braços
Enlouqueça-me com tua falta
Mesmo quando tua presença me sacia
Devoras meus dias insanamente
Até que eu finja não gostar
E vens na manhã de domingo
Tão suave quanto à brisa
Silenciosa quanto o trovão
Na lentidão de um raio
Na voracidade do teu olhar
Pois tu és tudo que supre
Que uni e arrebata
Tua és aquilo que ama e maltrata
O riso no choro
Tu és o mais puro tesouro
Das voltas, tu és o chegar.
O olhar triste na partida
O lenço acenando no portão
A dor que some na vinda
O abraço, o cheiro, o afago.
Tu és o aqui, no meu lado.
O carinho, a pele, o lençol.
O beijo, o sorriso, o filho.
A seqüência perpetua da vida
Tu és toda, em todas as saídas.
Humanamente tu és MULHER!