À FERREIRA GULLAR
'poema sujo"
"turvo turvo
a turva
mão no sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro"
- “A poesia é o contrário da rotina”
palavras do poeta Gullar.
A rotina é roda que gira...
caminha na relva que enrosca
feito carrapicho que gruda
Numa agonia de cossas que doi
e da tanta dó!
Me arrasta, me engasga de perder a voz
essa vida sem alegria espontânea...
A poesia é sentimento que flui
Risos que rolam, lagrimas que choram
Inocencia de crianças que brincam na areia
Pedaços da vida
Que se solta do pensamento
Pontas de iceberg que nos atrai
E nos trai
nos conflitos escondidos dentro de mim
quando a sutileza das palavras se encerram.
A poesia é prisma de luz, suspiros d´alma pura
que do oceano dos olhos, vazam,.. lágrimas!
Gratidão... tristezas... saudade!
Emoções!
A poesia é a voz do coração contrito
afoito e aflito, ferido!
A poesia é vela que lumia, num fio de luz
o escuro onde jaz o amor!
A poesia é esperança que não se apaga
- La poesia è la luce dei miei giorni
è un respiro di Dio in me!
São sentimentos que as palavras tentam explicar
enquanto cavalgam na pileca carapaça
fugindo dos moinho de vento e seus mistérios!
Derramo nas entrelinhas meus dramas
Sentimentos, paixões... ficções!
Eu também, poeta, vivo de poesias... ilusão!
Vivo limentando meus Monstros...
meus medos! guerreiando com moinhos de ventos
Numa roda viva! que gira,
temendo dormir com a mulher que sonho.
É passado que não passa
é dor que não se acaba ...
É paixão que jaz no desterro
É só, solidão.
É saudade quando curtição
que não abala o coração.
...
E no dorso nu de um cavalo branco
Cavalga o poeta em busca de sonhos
Triunfante galopa nas ondas do tempo...
Entre risos, pesadelos e sonhos!
Vai Gullar pelas trilhas infinitas, sem rastro
derramando as marcar de seu poema sujo!.
"bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela
Não era Helena, nem Vera
Nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
seu niome... seu nome..."
Ela está num porta retrato
Ela está na´lma assustada
que subitamente grita seu nome..
seu nome... seu nome...
Eita vida de tantas cheia de descrença...
Um homem sem espada e sem cavalo
diante do campo de guerra
Um homem perdido... de tão vazio morto
por uma mulher que tanto sonha!
Visto meus versos
como se vestisse um roupa nova
passada e engomada mas
onde está minha amada, onde é a festa?
Envelopado e cheio de adereçds
seque um beijo!
como se fosse uma relíquia recuperada!
Na verdade perdido e sem vida...
E num cortejo triste ao som de uma, melodia triste
vai o auto-cortejo percorrendo as ruas...
rumo a fornalha ardente
O poeta vira cinzas... !
- Ferreira Gullar acaba de dar nome
A mais nova estrela do mar!
No horizonte de nossos pensamentos
No relicário universal
por onde se estende seus versos,
flamulas coloridas que o vento tremula
saúdam o mentor de tantos momentos...
- Ferreira Gullar foi pro lar, descansar!
- Virou estrela do céu... virou estrela do mar!
Tornou-se outra vez menino, passarinho
voou, pra se encontrar com Ziraldo traquino
Por ser mais fácil sonhar, que viver
Por ser mais fácil morrer, que sonhar....
E pra todo lugar que se olhar
Vou vê-los, estrela cadente, reluzindo...
Meninos, maluquinho, sem deltas asas
Voando pelos céus de Ipanema
velejando sem velas o mar, a versejar!.
...
Diante do mar de Ipanema Eu, órfão
num choro fúnebre,
Vejo gaivotas saldando as cinzas do poeta...
- Cinzas aooo maaaarrrr! Não era mais o homem!
O pó misturou-se a água... dissolveu-se a matéria
O poema morre nas antíteses e renasce
Nos versos que fluem da ambiguidade da vida!.
Um explicito grito... um poema sujo, límpido
Ficou por marca que ironiza a sordidez da vida
"A rotina é o contrário da poesia!"
A poesia é o contrário da rotina
a rotina é mais que uma simples rima!
Uma parte de mim é o mundo
Outra parte, ninguém, além de mim - EU.
.“Uma parte de mim é permanente; outra parte
se sabe de repente.”