QUE TREMULE INTREPIDAMENTE O ESTANDARTE DOS JOVENS (Daisaku Ikeda)
 

Decidi postar aos meus leitores o poema base de minha vida.
É um texto de imensurável valor para guardá-lo somente comigo.


 
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Dedicado aos nossos sucessores, meus queridos membros da Divisão dos Jovens, que são o tesouro da SGI.


 
Que soprem furiosos os ventos!
Que se elevem bravias as ondas!
Eu sou a juventude,
O estandarte escarlate
Que tremula na tormenta.
Nada me intimida,
Nada me derruba.

Onde estou
É de onde me lanço.
Hoje, este momento,
É sempre o começo
De novos desafios.
Quando penso no meu futuro,
Coragem e força ilimitadas
Surgem em meu coração.

Ventos! Ondas!
Sou jovem e intrépido.
Lutarei com bravura
Contra seus ataques violentos.

Amigo segue pelo mar.
Eu seguirei por terra.
Eu me levantarei com firmeza,
Para defender o caminho
Que escolhi na vida.
Eu embarcarei, convicto,
Para empreender a sublime missão.

Eu sou a juventude
Que voa em meio à tormenta
Sobre as asas gloriosas da
Liberdade.
Com elas, vôo mais alto
Que os velhos líderes das nações.
Com elas, vejo o essencial
Com mais sagacidade que os políticos.
Esse é o direito da juventude,
Nada a destrói.
Nós abraçamos a estrela
De nosso eterno destino e brilhamos.
Assim é a nossa juventude,
Que atua no palco global.

Não seria a juventude, então,
O tesouro da humanidade?
Não seriam os jovens,
Os verdejantes campos da paz?
Quando nos unimos num propósito comum,
Ressoa um trovão ensurdecedor,
Condenando os abusos do poder arrogante.

Seus olhos brilhantes,
Suas formas galantes, entusiásticas,
Sobejam de vida,
De energia inesgotável
Com a qual avançam sem limites —
Tudo se manifesta da sublime esperança.

Esses jovens
Não se intimidam
Diante dos sofrimentos ou obstáculos
Nem recuam ante a dor.
Não!
Incentivam-se uns aos outros,
Alegres,
Para erigir em sua própria vida
O arco do triunfo colossal.
Ali tremula intrépido
O estandarte escarlate da vitória.

Avançarei, infalivelmente!
Pois essa será
A comprovação que deixarei nesta existência,
De uma juventude insuperável!

Com que propósito?
Em busca de uma resposta,
Lutarei sem cessar.
Nas noites em que as tormentas assolarem
Ou as ondas se quebrarem com
Fúria selvagem,
Continuarei avançando, indomável,
Ansiando pelo sol da manhã
Que nascerá majestosamente,
Uma vez mais,
No Leste.

Jovens!
Queridos amigos!
Com discernimento e astúcia,
Agucem as vistas!
Clamem!
Avancem!
E lembrem-se
De que além do distante horizonte,
Inumeráveis sucessores os seguirão,
Buscando a luz eterna do Sol.

Meus jovens amigos,
Preparem-se para montar
Em seus corcéis brancos!
Marchem galantemente
Na vanguarda do povo.
Devotem-se à missão
Que o Buda decretou.
Marchem bravamente!

Atravessem montanhas e vales,
Avancem e superem os obstáculos
Com alegria e júbilo,
Junto com seus amigos,
Pelo vasto mundo.

Atravessem a triste escuridão,
Pois cada gota de seu precioso suor e esforço
Os conduzirá ao palco dourado da nova era,
Com a qual todos sonhamos.

Jovens!
Ergam a fronte!
Aprumem o porte!
Meus amigos,
Liderem todas as lutas
E tornem sua presença conhecida.

Os jovens jamais devem ser derrotados,
Por nada ou ninguém,
Pois vencer significa jamais desistir.

Os jovens não conhecem o desalento.
Por jamais se deixarem abater,
Mesmo pela mais dura adversidade,
Um palco brilhante os aguarda.

Observem-me!
Quando eu despertar,
Quando eu mostrar meu verdadeiro potencial,
Uma nova era nascerá,
Com o raiar de uma grande revolução.

Eu sou os olhos que refletem o futuro.
Eu sou o raio da eloqüência intrépida
Que separa a mentira da verdade.
Eu sou a espada afiada da justiça
Que corta o mal,
Que luta eternamente
Para despertar a sociedade.
Assim é a juventude.
Portanto,
Que a luz brilhe nos olhos dos jovens,
Que a força habite o coração dos jovens.

Os séculos de massacre e sangue
Estão para findar-se.
Dolorosas feridas deixam!
Amargo é o legado da dor e do temor!
A humanidade, estremecida
Nas sombras das armas demoníacas,
Sob negras nuvens
Que obscurecem o horizonte —
Este é o mundo lúgubre e opressivo
Do fim do século!

Os acordes do velho século,
Repletos do som da destruição,
Das armas e das bombas.
Gritos comoventes de mães e filhos
Que buscam desesperados por abrigo.

“Ó, amigos!
Não mais esses sons!”
Implorou Beethoven.

A poderosa canção da juventude
Revitalizará a história,
Há muito uma história de sofrimento.
Quando, por fim, chegar a nova era,
Serão vocês, jovens,
Quem irão reger a sinfonia colossal.

Meus amigos,
Cantem, dancem e alegrem-se juntos!

Ergue-se a cortina
Revelando a mais digna e grandiosa música.
Inicia-se a performance
Da imponente orquestra sinfônica
Dos jovens heróicos.

Soem os sinos da partida!
Icem as velas!
Levantem a âncora!
É hora do zarpar dos jovens
Em sua grande e interminável jornada
Envolta pela brilhante luz das estrelas.

Companheiros pelas três existências!
Estão preparados para a vitória?
Jamais negligenciem o mínimo detalhe.
E quando deixarem o porto,
Não olhem para trás.

Aprontem-se já!
Encontrem a rota sobre as águas
Como majestosas orcas.
Pensem nas gigantescas ondas
Como o suave embalar de um berço.
Lembrem-se de que a bravura e o destemor
São vitais para a vitória e o sucesso.

Cada um de vocês,
Jovens companheiros,
Trabalhe para que todos,
Amigos e inimigos,
Alcancem a praia da paz e felicidade,
Sem falha,
Sem exceção.

Às vezes,
Sejam como a proa do navio,
Sempre a primeira a enfrentar
Os ventos e as ondas.
Outras vezes,
O motor retumbante
Ou as turbinas propulsoras.
E outras vezes,
Trabalhem dia e noite
Na casa das máquinas
Cobertos de óleo e graxa.

Cada um de vocês,
Meus amigos,
Atravesse os mares turbulentos
Com energia e entusiasmo
Numa jornada de auto-aprimoramento.
Marque o curso
Para um mundo inexplorado
Coberto pela espessa mata
E alcance, corajosamente, terra firme.

A vida é luta.
A vida é uma batalha sem fim,
Da qual ninguém escapa,
Ninguém evita.

Eu sou o guerreiro destemido
Do espírito de levantar-se só.
Meu coração
Nunca foge dos campos de batalha,
Desse campo onde o descanso não existe.

Eu estou no palco
Onde se trava a luta violenta
Entre forças opostas
Da esperança e do desespero,
Da coragem e da covardia,
Do desafio e da inércia.

Mesmo que tenha de comer terra,
Mesmo que tenha de me segurar pelas unhas
À beira do precipício,
Eu avançarei,
Ainda que seja um milímetro,
Resoluto,
Através das adversidades.

Meus amigos,
Lutem com espírito nobre e heróico.
Lembrem-se da advertência de Daishonin:
“Os discípulos de Nitiren
Não poderão realizar nada
Se forem covardes!”1
Recordem Nikko, seu sucessor:
“Até que o Kossen-rufu seja alcançado,
Propaguem a Lei
Com o máximo de sua habilidade,
Sem poupar a vida”.2

Vocês, meus amigos,
Que conhecem essa filosofia
Verdadeiramente profunda,
Não sejam enganados pelos hipócritas.
Não sejam feitos de tolos
Por ilusões tentadoras.
Desembainhem a espada espiritual da justiça
E lutem até que o último tirano caia.

Que soprem os ventos da coragem!
Que ressoem vigorosamente
Os sinos de cada dia!
E que o rugido formidável
Dos companheiros unidos e fortes
Ecoe de forma ensurdecedora!

Não temam o uivo dos lobos,
Façam ouvir o rugido dos leões!

Vivemos num mundo
Onde prevalecem as cinco impurezas.3
Continuem avançando,
Abrindo as comportas da indignação
Para com aqueles
Que destroem a justiça.
Façam-nos saber
Como será amargo
O arrependimento.

Vamos vencer
E, juntos,
Derramar lágrimas de alegria.
Não se curvem
Às fraudes e aos opressores.

Jovens!
Ao longo da luta,
Derrotemos cada inimigo do Buda,
Infalivelmente,
E nos tornemos o sol
De luz brilhante
Que liberta as pessoas do medo.

Em A Cidade Eterna,
Célebre romance de Hall Caine,
Rossi e Bruno,
Os dois jovens amigos
Unidos pela confiança mútua,
Firmes e destemidos em sua causa
Mesmo sob a ameaça da morte,
Lutam até os limites do ser
E constroem uma cidade eterna do coração.

Meus jovens amigos,
Unidos em propósito,
E partilhando igual responsabilidade,
Superem mesmo esses heróis.
Criem sua própria cidade eterna,
Que permaneça pelas três existências
Do passado, presente e futuro.
Isto é o Kossen-rufu.
Até que seja concretizado,
Avancem
Firmemente unidos.

Incontáveis jovens,
Inúmeros e nobres companheiros,
Partilham essa filosofia de paz,
Não apenas no Japão.
Também nas Américas do Norte,
Central e do Sul,
Na Europa e na África,
Na Ásia e na Oceania,
Em todos os cantos do mundo.

Dêem as mãos
Aos jovens de todo o globo.
Criemos uma rede ilimitada.
Trabalhando em conjunto,
Construamos uma cidade eterna,
Um reino de brilho indestrutível,
Que resplandeça no século XXI.

3 de julho
Em comemoração do dia em que meu mestre foi libertado da prisão e do dia em que fui preso.

Daisaku Ikeda
Poeta Laureado

NOTAS
1. As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. IV, pág. 246.
2. Gosho Zenshu, pág. 1618.
3. Cinco impurezas: Impurezas da época, do desejo, dos seres vivos, da visão e da própria vida. São citadas no capítulo “Meios” do Sutra de Lótus.

Poema escrito pelo presidente da SGI, Daisaku Ikeda, para os membros da Divisão dos Jovens em comemoração ao dia 3 de Julho, Dia do Mestre e Discípulo. Nessa data celebra-se o aniversário de libertação do segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, ocorrida em 1945, após ter sido preso por opor-se ao militarismo japonês, e o dia em que o presidente Ikeda, então responsável pela secretaria da Divisão dos Jovens, foi detido para interrogatório sob falsas acusações relacionadas ao Incidente de Osaka, em 1957.
Daisaku Ikeda
Enviado por Phellipe Marques em 17/02/2012
Código do texto: T3505494
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