Alegorias ao Carnaval Luso Brasileiro...

 

De: Silvino Potêncio > Alegorias ao Carnaval Luso-Brasileiro

 

- Segundo alguns historiadores, a tradição de comemorar a quadra carnavalesca em terras Tupiniquins, partiu da iniciativa de um Emigrante Português que, com saudades do nosso Entrudo que ainda se comemora no interior de Portugal, ele saiu para a Rua onde morava no Rio de Janeiro,  e começou a pular e a cantar quadras da sua infância lá na "santa terrinha".

Aquilo que hoje se vê é o resto e pertence à evolução progressiva da sociedade Luso-Brasileira e à incorporação de outras tradições dos muitos outros emigrantes oriundos das mais diversas culturas que aqui aportaram ao longo dos anos,  principalmente no período pós Império com a Implantação da República.
Hoje deixamos aqui a nossa modesta contribuição como Emigrante que sou já desde o final da década de 70 do século vinte,  que costumo ironizar e parodiar em ritmo de carnaval como sendo o século do ... “vin-te buscar,  para irmos para o meio da avenida ou para o meio de coisissima nenhuma!...”  
Que é, afinal,  e sempre foi o lugar de onde saimos em direção ao nada que conhecemos do lugar aonde vamos! ... Para tanto basta fechar os olhos e imaginar o que lá vamos encontrar.  

Outras grandes e seculares tradições trazidas pelos Emigrantes foi o gosto pelas comidas e bebidas originais das quais se destacam os vinhos Portugueses.

Por isso estes meus escritos dentro do meu esteriotipo literário, escolhido Há muitos anos com tendência à sátira e ao trocadilho da língua Portuguesa, a de todos nós,  elas  são alusivas a algumas marcas de vinhos Portugueses largamente difundidos no Carnaval Brasileiro em alegoria à quadra carnavalesca que aqui se vive todos os anos.

 

"Alegorias ao Carnaval Luso-Brasileiro"...

 

...Aqui, ó meu Grande Rio (*)
Aqui eu cheguei já Lá de tanga,
Carimbado de "retornado" e tudo passou;
Lá, nós tinhamos tudo! e dos "tinhosos"

Nos ficou só a "missanga",
P'ra enfeitar o pano das "Caravelas"
( que já se rasgou!...)

 

Depois, mesmo assim no Carnaval,
Vamos fazer uma "sardinhada" lá no quintal,
Ora Pois!...

Pois nem tudo está perdido, podes crer;
Eu levo a "tremonzela" do PORTUGAL,
E vai ter  "quinta da aveleda" p'ra "buber"!

 

A mãe-pátria mais o pai do "Casal Garcia",
Vão "bestidos de berde e branco",
Igualzinho às cores da "vai-vai", (**)
Eu por mim tenho a "Real Companhia"
Vinícola da Dona Piriquita, ai, ai, ai,!!!...

 

... Oh! Grande Mateus Rosé!...
Olha, bota o futebol do Santana...
Em cima do lombo da "Porca de Murça",
Sim, e o Don Pedro I que até gostava de cana, (***)
Ele só usava bota fina de camurça!

Desta estrofe Sr. Presidente!
(****) eu peço meças,
E não me traga indeferido o requerimento;
Senão eu boto no "binho" água de Caneças!...
E encho-lha cú-pula do partido, com pimento!

 

Eis aqui as sugestões do seu aliado ;
- assim disse o somellier,

aqui já meio borracho a cambalear,
Ora Pois... oh Páaaa toca a sambar,
Servimos a bebida enquanto o “fado”
Corre solto em tom sinistro, tão abrupto!...

Pois me lembra o Entrudo lá do Puto.

Notas de rodapé:

(*) Escola de Samba do Rio de Janeiro
(**) Escola de Samba de São Paulo
(***) Bebida tradicional Brasileira
(****) Presidente de Escola de Samba
Autor: Silvino Potencio (in : Poesias Soltas)

 

Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 14/02/2012
Reeditado em 07/02/2017
Código do texto: T3498580
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