O anjo atráz da janela (II)
Vejo através da janela da alma
Um anjo se esconder
Sob as máscaras macabras da morte
A brincar de sofrer?
Vejo através da janela da alma
Um coração de guerreiro
Buscando se entregar;
Fingindo ser assassino;
Querendo a si mesmo enganar.
Vejo através da janela da alma
A pureza vestida de negro,
A brancura escondida nas trevas,
O amor sufocado na mágoa,
O paradoxo concretizado na forma humana
E o abstrato impregnado na alma
Em forma de dor.
Vejo da com os olhos da fé,
Que eu busco,
Um anjo a sorrir
Pois não mais seguirá sozinho
Pela eternidade dos caminhos
Assim que se decidir;
Porquanto Deus enxugará toda a lágrima
Que por ventura cair.
Este anjo se chama Ailes Noires
E Deus o quer para si.