SALVE AS DESNUTRIDAS...
Salve,
as mocinhas desnutridas,
do meu Brasil varonil;
Comprimidas e instaladas
em shortinhos azul-anil.
Salve, salve,
as magricélas
de beleza inventada;
sonham "sonhos" corroídas
por famintas disfarçadas.
Salve, salve,
as magrilinhas
de peitões encrementados,
cinturinhas bem fininhas
e cabelos aloirados.
Nunca comem,
nunca bebem,
seu perfil é esquelético;
mas se a consciência pesar
tomam logo um diurético.
Costeletas envergadas
e o olhar enfraquecido;
Varetas desconjuntadas
pelo eterno sacrifício.
E se a fome aparecer,
tomem logo um comprimido:
essa fome é de doer
é de um
estômago ofendido.