Amor na forma bruta
Olhar castanho canela em pau
Cabelo caracol fininho que nem a chuva
Nem ela se deita pra molhar
Pele clara pôr-do-sol
O jambo que não caiu no chão do quintal
Entre as folhas secas daquele sorriso
Escondido atrás das meias palavras
O amor nasceu além da montanha abrindo as madrugadas
A cidade pequena deu origem ao menino-canção
Encantou a tarde que caiu e chorou tímido
Amigo do rouxinol que mais tarde dança sorrindo
A força doce do seu abraço pedindo
Quente como a castanha do castanho do olho
Trago num cigarro o laço esfumaçado que se desfaz
No vento arredio, cabelos nem voam mais
Peito abre, atrai o pensamento, é calor e emoção
Escrito infinito de coisas a serem ditas, lapidar sensação
Para esse moço, agora obra-prima e matéria bruta do coração