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Solidão não é o ato de esta só,
Solidão é o ato de sentir só!
Solidão é sentir e contemplar
O tempo passar através de uma janela
Que nos remete a um passado,
A um presente e a um futuro...
Em um quarto úmido e sombrio,
No fundo uma cama vazia,
De ocupante impar, um dia já foi par...
Uma silhueta inerte junto à janela
Um solitário ser solitário, ver o tempo passar
Arrastado pelo próprio tempo...
O vão que compõe a arquitetura,
Emoldura e enquadra uma aparente
Aquarela, de uma paisagem fria,
Preenchida por uma escuridão
Alternada por lampejos e
Ao som emudecente dos trovões...
Seres passantes ou errantes, apressados
Fugindo de medo, do frio ou solidão...
Esquivam-se de pequenas poças d’água
De uma chuva intermitente,
Que insistentemente teima precipitar,
Mesmo límpida entristece...
O vento uiva na solidão,
Ruídos sonar nas janelas e vidraças,
Oscilando entre o silencio e agonia
De uma noite fria, de uma vida vazia
Outrora, felicidade e o amor existiam,
Agora persistem a tristeza e solidão...
O fatigado estado de um corpo,
As lembranças remotas do passado
Uma lagrima lhe trai
Escapando descendo-lhe a face
Revelando as marcas, e efeitos
De loucuras, amor e paixão...
Solidão...
Cama vazia, um ocupante impar
Um dia já foi par... Apertam-lhe o peito
As saudades infindas.
Vida vivida e passada...
Fantasias, alegria e dores vindas da alma...
Resumida em profundas infinitas...
Saudades.
Francisco Rangel
Russas, Vinte de Novembro de 2011.
Por tristeza ou depressão, coincidência
Ou intuição... Escrevi Solidão!
Ao assina e datar...
Vi que já havia se passado
Exatos quinze anos de saudades
Do meu querido e saudoso pai...
Assim dedico a sua memória...
As minhas ternas e eternas saudades.