Voo de um Pai Poeta. (in memoriam)

Venho hoje buscar no abraço

O calor de um ombro e um colo de amor.

Quando escrevo compondo eu disfarço

E o escuro ilumina sarando essa dor.

Quanto tempo calada e falando eu estava

Quando o peito dizia em batidas freqüentes

Foi a forma encontrada por eu desejada

Com os elos das horas montei às mais duras correntes.

Quais correntes das bravas nascentes

Eu olhava meu rio a correr, a passar

Fui a gota de outras sementes

Pranteando e olhando um poeta voar.

Quando à espessa camada surgia e cobria

Todo o brilho de um olhar, que nasceu e viveu entre versos prosas

Minha mente montava mosaicos de alguém que partia

Deixando-nos um legado de amor e atitudes honrosas.

Do poeta de falas e frases pensadas,

Sou um galho, pequena vertente.

Vou crescer pra de um Pai eu poder mais dizer

Que o cometa era um homem franzino de mãos calejadas

Tinha à luz do saber, tinha um muito de Deus em seu Ser!

Goretti Albuquerque

gorettiistar
Enviado por gorettiistar em 10/11/2011
Reeditado em 10/11/2011
Código do texto: T3327198