Voo de um Pai Poeta. (in memoriam)
Venho hoje buscar no abraço
O calor de um ombro e um colo de amor.
Quando escrevo compondo eu disfarço
E o escuro ilumina sarando essa dor.
Quanto tempo calada e falando eu estava
Quando o peito dizia em batidas freqüentes
Foi a forma encontrada por eu desejada
Com os elos das horas montei às mais duras correntes.
Quais correntes das bravas nascentes
Eu olhava meu rio a correr, a passar
Fui a gota de outras sementes
Pranteando e olhando um poeta voar.
Quando à espessa camada surgia e cobria
Todo o brilho de um olhar, que nasceu e viveu entre versos prosas
Minha mente montava mosaicos de alguém que partia
Deixando-nos um legado de amor e atitudes honrosas.
Do poeta de falas e frases pensadas,
Sou um galho, pequena vertente.
Vou crescer pra de um Pai eu poder mais dizer
Que o cometa era um homem franzino de mãos calejadas
Tinha à luz do saber, tinha um muito de Deus em seu Ser!
Goretti Albuquerque