Ritona "a Solteirona" (à Tia Rita)

Formosa desde menina

Boca suja irreverente

Meio tipo ave rapina

Alegrava toda a gente.

Prendada e bem jeitosa

Independente demais

No palavrão e na prosa

Ritona era bem sagaz.

Filha de família honrada

Brincalhona e bem austera

Na aula da tabuada

Da palmatória era a fera.

Coitados dos pretendentes

Da donzela linda flor

Temiam perder os dentes

Se lhe falassem de amor.

Ninguém tirava farinha

Com a Ritona risonha

Defendia-se sozinha

Desarrumava na manha.

Foram tantos casamentos

Que a Ritona enjeitou

Mais viveu grandes momentos

E para a História entrou.

Conheço essa solteirona

Hoje já com seus oitenta

Com alma de meninona

Seu sorriso nos alimenta.

Quando está deprimida

A cidade perde a cor

Ritona tão destemida

Falta-lhe agora vigor.

Tia Rita és nossa Musa

Amamos os seus trejeitos

Casta donzela confusa

Tenho orgulho dos teus feitos.

Goretti Albuquerque.

gorettiistar
Enviado por gorettiistar em 08/11/2011
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