Desculpe, não posso te amar...

A cada passo sinto as lâminas me beijando.

A cada suspiro minha essência agoniza diante dos fantasmas de um passado recente.

Entre copos e risadas, beijos entre os braços de seu carinho notório.

Aparições furtam minha razão, sangrando cicatrizes.

Uma dor totalmente alheia à doçura de seus atos,

Emudecendo qualquer tentativa de exteriorizar o desespero

de uma existência que definha, fazendo-a desejar sedentamente a solidão de um caminho aparentemente cinza.

Ainda que sua presença amena e seu afeto tênue me façam adormecer momentaneamente, mesmo na tranqüilidade de meus sonhos, as sombras espreitam entre as estrelas de açúcar.

Para H.V. - Dezembro de 2009

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 22/10/2011
Reeditado em 26/10/2011
Código do texto: T3292580
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