Desculpe, não posso te amar...
A cada passo sinto as lâminas me beijando.
A cada suspiro minha essência agoniza diante dos fantasmas de um passado recente.
Entre copos e risadas, beijos entre os braços de seu carinho notório.
Aparições furtam minha razão, sangrando cicatrizes.
Uma dor totalmente alheia à doçura de seus atos,
Emudecendo qualquer tentativa de exteriorizar o desespero
de uma existência que definha, fazendo-a desejar sedentamente a solidão de um caminho aparentemente cinza.
Ainda que sua presença amena e seu afeto tênue me façam adormecer momentaneamente, mesmo na tranqüilidade de meus sonhos, as sombras espreitam entre as estrelas de açúcar.
Para H.V. - Dezembro de 2009