SEI QUE ACHAR-TE-EI
Eu vou te achar entre as flores caídas
No canto vespertino das aves
Na seiva que escorre
Na derme da alma
Após a poda da flor...
Eu vou te achar na maresia
Chorar-te-ei no sal das ondas
Sentir-te-ei tocar meu corpo
No marulho da lagoa
E te saberei no banco
A relembrar a noite doce
Acolherei teu corpo
Em meu aconchegante corpo
E pausarei em teus ouvidos
Qual canto suave
De amor que retorna
De mulher que renasce
De ave que ganha às alturas
E se sombras vierem aos olhos
Ainda te poderei ver cada dia
Em meus sonhos
Terei sua face meiga
No arquivo do peito
Sem “delete’
Sem “exclua”
Sem nunca reformatar!
Meus dedos lembrarão
O calor de seu corpo
A maciez de sua pele
O ardor louco exclamando:
Quero-te...
Muito... Sempre... Hoje!
Então amor,
Mesmo no vazio
Eu vou te achar...
Achar-te-ei em mim
Em minha dor
Em meu sorrir.
Achar-te-ei onde ninguém procura
Onde ninguém suspeita
Onde ninguém suponha
Pois te escondi
Onde ninguém vasculha
Onde só Deus conhece
E ninguém mais alcança.
Lá, nas areis do mar
Escondidas ficaram as lembranças
E junto um pedaço de nós...
Anseios e desejos
Sorrisos perplexos:
Nossos corações,
Temperados pela maresia!
E lá, sei que minha mente
Achará sempre
Um pedacinho de ti
Entre espumas e conchas
Retalhos de uma manhã
Onde a vida, louca vida
Pegou carona no sol
E voltou a ser vida,
- NOSSA VIDA!
DEDICADA E OFERECIDA A JUCIARA (JUJUMARY),
(Por ocasião de nosso 1º ano juntos).