AO POETA GARCIA LORCA
AO POETA GARCIA LORCA
Não me digam
o que fazer
e á quem amar.
Não me afligem
como as ondas
afligem
as pedras
na beira do mar.
Não me olhem
atraz das vidraças opacas
com seus olhares atroz
com o gosto de antraz.
Se não me amam
que se danem,
que se danem seus quadros
pintados de vermelho,
que se danem suas veias
cheias de preconceitos sem
globulos brancos,
que se danem todos os fuzis
apontados
diante de mim como se fossem seus dedos.