A ROSA E O IMPOSTOR
Lendo mais um texto da poetisa que admirava
O impostor invejava o lirismo que nela esbanjava
Queria ter um pouco de luz que ali estava
Sentir o sabor da vitória que a vida o negava.
Ciente que a beleza reinava além dos escritos
Porque ela é uma fada de cabelos dourados e lindo sorriso
Tem o brilho do sol, cintilar das estrelas e o azul do infinito
Nem em sonhos poderia imaginar existir tamanho colorido.
Conhecia o carinho que ela dispensava mesmo ao singelo escritor
Não poderia ensinar-lhe porque sua inspiração é obra do Criador
Veiculo sublime que transcreve em versos ternura e amor
Fazendo a vida mais bela, perpetuando a primavera com luz e calor.
Totalmente alucinando, tomado por tamanha admiração
Julgou não ser um pecado colher uma Rosa sem permissão
Recebendo os aplausos dos que achariam ser fruto de sua inspiração
Por ela seria perdoado porque no amor está sublimado o seu coração.
Ela revoltada, tamanha usurpação e indignidade não poderia consentir
Mas para felicidade de todos que a admiravam, sua roseira voltou a florir.
Uma noite num recital viu o impostor declamando seu texto a sorrir
Com emoção, disse-lhe com compaixão:- Eu sou a Rosa e tenho Pena de ti.
Para a admirável, iluminada e talentosa amiga, Rosa Pena.