A flor da serra

O fio cessou a geada serrana,

o pequeno passarinho, começa

Aguçar o odor que se inverna,

Entre o campo e a flor, - Elanuana...

Em suspiros, a terra se enrama

Com mais humor e ventura,

O verde da morbidade perfura,

O canteiro duma flor, Elanuana.

O sol manso abriu devagar a savana,

E o céu, desbotando teus raios,

Trouxe as nuvens, os ensaios

E os ares, as pétalas da flor- Elanuana.

A natura destoou à cabana:

O beija-flor tecera na urtiga

Teu ninho, mais perto abriga,

Ó lírio, a pátria flor, - Elanuana!

E foi-se a flor, a terra metropolitana:

Saiu dum canteiro aqui da serra,

Partiu, e num regaço se encerra,

Eternamente, a bela flor, - Elanuana!...

Pombal- PB, 21 de setembro de 2009.

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 25/09/2011
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