ODE AOS POETAS
O poeta bêbado e apaixonado se chafurdou na lama
Tentando beijar a lua
Refletida na poça enlameada da calçada da rua...
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Não quero os poetas cansados
Quero o calor das letras
Os apóstolos da poesia eternizados...
Quero-os quase bentos
Rezando nos terços teclados
Dando vida aos discípulos letrados
Quero o sabor do pensamento
O líquen do ser ordenhado
Em frações de curas e linimento ao condenado
Quero a luz sem refração
Do escuro surgem as estrelas
Como letras na escuridão
Sou poeta esteta da vida
Tenho tantos irmãos não dá pra contar
Como os santos no altar
Quero vida a todos os irmãos
A morte jamais verão
Enquanto uma poesia existir jamais morrerão
Versos simples abrem estradas
Falam por multidões
Há mais vida nas palavras que nas intenções
O poeta já nasceu poeta
Poeta nunca morre sem companhia
O poeta sempre desperta na poesia
Meu maior orgulho é ser poeta
E se não o fosse escutaria
A vida passar pelos versos de uma poesia
O poeta não existe
Ele vive numa invenção
Ah! Poeta se tu não existes haverei de te inventar
(Dedicatória a esta grande familia dos poetas eternos!)